Em 2020, vivemos a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Podemos ver como está o efeito da pandemia COVID-19 na economia global. Embora os efeitos econômicos sejam graves, o impacto na saúde é pior.
Se há uma coisa com a qual o mundo concorda hoje, além da necessidade premente de desenvolver uma vacina segura, é que não podemos permitir que algo assim volte a acontecer. E é aqui que um termo amplamente desconhecido do público se tornou mais evidente do que nunca a biossegurança.
O que é Biossegurança e para que se destina
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a biossegurança é uma abordagem estratégica e integrada para analisar e gerir os riscos relevantes para a vida e saúde humana, animal e vegetal e os riscos associados para o ambiente. É baseada no reconhecimento das ligações críticas entre setores e o potencial para os perigos se moverem dentro e entre os setores, com consequências em todo o sistema “.
Uma vez que o objetivo final é eliminar ou minimizar a contaminação biológica, existem três conceitos importantes no campo da biossegurança:
Perigo biológico: é o risco potencial de exposição não controlada a agentes biológicos que causam doenças.
Biocontenção: são medidas utilizadas para evitar que doenças infecciosas escapem de centros de pesquisa ou outros locais onde possam ser produzidas.
Bioproteção: é um conjunto de medidas tomadas para reduzir o risco de perda, roubo, uso indevido ou liberação intencional de patógenos e toxinas, incluindo aquelas que regem o acesso às instalações, armazenamento de materiais e políticas de dados e publicação.
Padrões e elementos de Biossegurança
A biossegurança é uma disciplina complexa que não está isenta de perigos. É por isso que é tão importante ter um conjunto de regras e barreiras para prevenir perigos biológicos derivados da exposição a agentes biológicos infecciosos. De um modo geral, os princípios e componentes da biossegurança podem ser resumidos da seguinte forma:
Padrões
Os trabalhadores que manuseiam agentes biológicos potencialmente contaminados devem estar cientes dos riscos e dominar as práticas e técnicas necessárias para realizar seu trabalho com segurança.
Universalidade
As medidas de biossegurança devem ser observadas por todos, pois todos correm o risco de serem portadores de microrganismos patogênicos.
Barreiras
Os elementos utilizados para conter a contaminação biológica tendem a se dividir em dois grupos: de um lado, imunização (vacinas) e, de outro, barreiras primárias, equipamentos de segurança: luvas, macacões e máscaras e barreiras secundárias de áreas de trabalho isoladas para lavadoras de mãos e sistemas de ventilação.
Eliminação
Todos os resíduos gerados devem ser destinados estritamente de acordo com procedimentos específicos adequados ao tipo de material.
Níveis de Biossegurança em laboratórios
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), classificou os patógenos em quatro grupos de risco em 1974.
A Organização Mundial da Saúde atualizou a classificação, classificando os laboratórios em termos dos grupos de risco de patógenos com os quais trabalham.
Grupo de risco 1 (risco individual e comunitário menor)
É muito improvável que esses agentes causem doenças. Os laboratórios BSL 1 têm um nível básico de contenção baseado em práticas microbiológicas padrão e nenhuma barreira primária ou secundária é especificamente recomendada.
Grupo de risco 2 (risco individual moderado e baixo risco para a comunidade)
Patógenos associados a doenças humanas que raramente são graves e que dificilmente se espalharão. Os laboratórios BSL 2 têm barreiras secundárias, como lavatórios de mãos e instalações de descontaminação de resíduos.
Grupo de risco 3 (alto risco individual e baixo risco para a comunidade)
Patógenos que tendem a causar doenças graves e de difícil transmissão, como a febre amarela, que requer uma picada de mosquito. Nos laboratórios BSL 3, todo o trabalho é realizado em cabines de biossegurança (BSC) ou outro equipamento selado. As barreiras secundárias incluem acesso controlado ao laboratório e requisitos de ventilação para minimizar a liberação de aerossóis infecciosos.
Grupo de risco 4 (alto risco individual e comunitário)
Agentes susceptíveis de causar doenças humanas graves que se transmitem facilmente de pessoa para pessoa, para as quais não existem medidas preventivas ou terapêuticas eficazes.
De modo geral, um laboratório BSL 4 fica alojado em um prédio separado ou em uma área totalmente isolada com sistemas de gerenciamento de resíduos e requisitos de ventilação especializados para evitar o vazamento de patógenos.
Da mesma forma, para isolar a equipe de materiais infecciosos na forma de aerossol, as barreiras são utilizadas para trabalhar em um BSC com proteção máxima ou trajes de corpo inteiro, com suprimento de ar e pressão positiva.