Riscos Biológicos: NR 32 e o Papel da Biossegurança
Conheça agora a NR 32 e o papel dela na biossegurança dentro da rotina de hospitais e clínicas brasileiras.
A saúde ocupacional visa compreender a relação entre o trabalho e o processo saúde/doença, objetivando a promoção e proteção da saúde e a redução de danos às pessoas que estão expostas a riscos e danos durante o desenvolvimento de suas atividades laborais.
Os trabalhadores da saúde estão expostos a inúmeros riscos ocupacionais causados por agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem causar lesões corporais, distúrbios funcionais, redução da capacidade para o trabalho ou problemas psicológicos. Dentre estes, devido à rotina de trabalho, os profissionais de enfermagem apresentam maior exposição aos riscos biológicos.
Para os estudantes de enfermagem, esses riscos também estão presentes, pois durante o desenvolvimento de suas práticas de campo lidam diretamente com sangue, saliva, urina e outros fluidos, visto que desenvolvem atividades acadêmicas em situações semelhantes às dos profissionais de enfermagem e podem sofrer acidentes durante os procedimentos realizados.
O Brasil é o primeiro país do mundo a ter uma norma de cobertura ampla (NR-32) voltada para a proteção dos trabalhadores de saúde expostos a riscos biológicos. Conheça agora a NR 32 e o papel dela na biossegurança:
Mas afinal o que é a biossegurança?
A biossegurança possibilita a segurança para profissionais e pacientes dentro de hospitais, clínicas e instituições de saúde do Brasil. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina a biossegurança da seguinte forma:
“Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.”
Assim, como o risco biológico é iminente para a enfermagem, há necessidade de acompanhamento durante a formação dos futuros profissionais quanto ao desenvolvimento de estratégias educativas e de conscientização sobre a importância da vacinação, uso de equipamentos de biossegurança, prevenção de acidentes de trabalho, em além da implantação de um programa de educação permanente em saúde com foco na notificação e principalmente no conhecimento de como proceder após a exposição ocupacional.
Classificação dos riscos:
Os riscos são classificados de acordo com o nível dos ativos patológicos, ou seja, dos agentes e microorganismos que são responsáveis por espalhar as doenças.
Dentro desse risco a equipe médica e os pacientes são expostos aos riscos dos vírus e patologias.
Dessa forma, os riscos são classificados dentro de 4 níveis de exposição, são eles:
- Baixo
- Moderado
- Elevado
- Alto
Quando trata-se de potência de controle e precaução dentro da biossegurança as classificações se invertem e ficam da seguinte forma:
- Alto
- Elevado
- Moderado
- Baixo
O papel da NR 32 é tornar todos os procedimentos mais seguros e acessíveis para todos os envolvidos, dentro das medidas de prevenção. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina os níveis de perigo biológico dentro desses 4 riscos:
Classe de Risco 1
São microrganismos com baixíssimo nível de propagação e sua contaminação não causa danos severos. Sendo exposto para animais e adultos saudáveis não causa grandes impactos e pode nem mesmo levar a contaminação.
Classe de Risco 2
Possui nível de propagação moderado, podendo causar certos danos a aqueles que forem expostos, mas sua disseminação é dificultosa e na maioria dos casos são doenças facilmente tratáveis.
Classe de Risco 3
Na classe de risco 3 o nível de propagação é bem maior e já causa quadros gravídicos, a disseminação é bem mais agressiva e ao perceber a exposição é necessário um afastamento com os devidos cuidados.
Alguns exemplos de contágio são o HIV e a Febre Amarela.
Classe de Risco 4
Nesse nível estão os agentes mais perigosos e que não possuem tratamento comprovado. São de risco elevado e se propagam com extrema facilidade, esses microorganismos estão presentes em todos os lugares e disseminam-se rapidamente. O COVID é um exemplo de doença de classe de risco 4.
Para que serve a NR 32 e a Biossegurança no sistema de saúde?
As normas da NR 32 foram criadas e estabelecidas para promover e garantir maior segurança para os funcionários da área da saúde de forma geral. As normas têm como objetivo a precaução e a redução de danos.
Trabalhar dentro da área da saúde já é um risco por si só, os funcionários estão sempre correndo o risco de ficar doentes e contrair complicações.
A NR 32 além de estabelecer protocolos de segurança para evitar o contágio, também é responsável por desenvolver tratativas para evitar acidentes de trabalho, tornando o ambiente mais seguro e estável para o desempenho das atividades.
Para adotar um ambiente mais seguro é necessário seguir as seguintes normas da NR 32:
- Conduzir Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
O POP serve para facilitar o processo de automatização de processos. Sempre que um novo processo surge ou algum sistema deixa de ser manual é necessário criar um protocolo para operar o sistema e direcionar os funcionários.
- Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Os equipamentos de proteção individual servem para garantir a segurança dos profissionais na hora de realizar os procedimentos. Entre eles temos luvas, capacetes, máscaras e demais utensílios específicos para cada função.
- Fazer corretamente o Descarte de materiais
O lixo hospitalar é extremamente tóxico e poluente, nos hospitais você pode perceber que existem 2 tipos de lixos em qualquer sala de enfermaria ou dos médicos, um para descartes comuns e outro para descartes tóxicos. Isso garante a segurança impedindo o contágio de microorganismos.
- Seguir mecanismos de orientação contínuos
Os mecanismos de orientação são nada mais nada menos que os protocolos de instruções para cada funcionário dentro de suas funções, com a orientação correta os funcionários não correm o risco de se prejudicarem e sofrerem acidentes de trabalho.
Essas instruções devem sempre ser passadas por um superior direcionando a equipe da melhor forma e seguindo à risca os protocolos da NR 32, dessa forma previnem quaisquer tipo de acidente otimizando o ambiente de trabalho e garantindo a eficiência no atendimento rápido e prestativo.
Não são todos os hospitais e clínicas brasileiras que seguem as normas à risca, mas ela é de suma importância e obrigatória.